Proposta havia sido derrotada na comissão, mas o presidente da Câmara decidiu levá-la ao Plenário
Por 218 votos contrários, 229 votos a favor e 1 abstenção, a Câmara dos Deputados rejeitou nesta terça-feira (10/8) a proposta de emenda à Constituição (PEC) que estabelece a adoção do voto impresso. Para ser aprovada, a PEC precisava de, no mínimo, 308 votos favoráveis.
Agora, o texto será arquivado e o formato atual de votação e apuração deve ser mantido nas eleições de 2022.
Para tentar reverter votos em Plenário, a autora da PEC, deputada Bia Kicis (PSL-DF), pediu para que seus colegas deputados não encarassem a proposta como um desejo pessoal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e sim do eleitor brasileiro. A fala da deputada reconheceu que a defesa do voto impresso feita pelo presidente só prejudicou o andamento da matéria.
“O rumo o debate foi completamente desvirtuado”, reclamou a deputada. “Essa não é a PEC do presidente Bolsonaro. Essa não é a minha PEC. Por isso eu gostaria de despolitizar essa discussão”, propôs.
O líder do PSL na Câmara, Major Vitor Hugo (GO), chegou a pedir mais tempo – cinco sessões – para o governo tentar arregimentar mais votos. No entanto, não conseguiu apoio para o adiamento da votação.
“Viemos aqui para pedir mais tempo para que possamos reverter mais votos. Sabemos que estamos em vias de obter os 308 votos par aprovar o voto impresso e talvez umas duas ou três sessões vão nos permitir presentear o Brasil com essa PEC”, apelou o deputado.
Diante do acirramento dos discursos de ambos os lados, Lira apelou para que os deputados não apontassem a votação como uma derrota ou vitória para o presidente Bolsonaro. “Eu só faço um apelo para que nessa matéria seja votada em benefício da população e que não tenha vencedores nem vencidos”, disse o presidente da Câmara.
Ex-líder e ex-presidente do PSDB, Carlos Sampaio coordenou o único pedido de auditoria feito ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ocupou a tribuna para dizer que, na época, tinha dúvida sobre a segurança do sistema. Porém, após a auditoria feita, se convenceu de que o sistema é seguro.
Essa auditoria foi pedida pelo PSDB quando Dilma Rousseff (PT) venceu o então candidato tucano ao Planalto, Aécio Neves (MG).
“Eu precisava vir aqui dizer isso. Não tenho mais dúvidas da segurança do sistema”, ressatou Sampaio.
O presidente usou a questão para atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, defensor das urnas eletrônicas.
A proposta já havia sido derrotada em comissão especial, mas o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), decidiu levar o texto para análise do plenário.
Bolsonaro alega que há fraude no sistema eletrônico de votação. No entanto, instado pela STF a apresentar provas, o presidente não conseguiu comprovar as irregularidades. Isso fez com que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, incluísse o chefe do Executivo federal entre os investigados no inquérito que apura divulgação de notícias falsas e ataques ao STF. O processo corre em sigilo na Corte.
Nesta terça, em meio à tensão com o Legislativo, Bolsonaro realizou um desfile de tanques pela Esplanada. O evento foi classificado por grande parte dos deputados como uma tentativa de intimidação do Parlamento.
Veja como cada bancada orientou o voto dos deputados:
PL – Não PSL – Sim PT- Não PP – liberou a bancada PSD – Não MDB – Não PSDB – Não Republicanos – Sim PSB – Não DEM – Não PDT – Não Solidariedade – Não PSC/Pros/PTB – liberou a bancada Podemos – Sim Psol – Não Novo – liberou a bancada Avante – Não PCdoB – Não Cidadania – Não Patriota – liberou a bancada PV – Não Rede – Não
Por: Portal Forte News**Com informações do metropoles
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