Pedido tinha sido feito pelo MP-GO, que alegou que ele teria voltado a praticar crimes. Juíza negou dizendo que o caso é avaliado pelo TJ-SP, que está tomando providências.
A Justiça de Goiás negou um pedido de prisão do pastor Osório José Lopes, que é acusado de aplicar golpes milionários em fiéis de Goianésia, no centro de Goiás. A solicitação tinha sido feito pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), que alegou que ele teria voltado a praticar crimes.
A juíza Placidina Pires, da 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores, negou o pedido dizendo que o caso é avaliado pela Justiça de São Paulo, que está tomando providências. Já o pedido tinha sido feito pelo MP-GO no dia 12 de março deste ano, um dia antes de uma reportagem do Fantástico que mostrou histórias das vítimas do pastor.
Osório já é réu em Goiás e foi denunciado pelo MP de São Paulo no dia 11 deste mês, pelo crime de estelionato. De acordo com as investigações, ele fez vítimas de vários estados. Um documento ainda mostrou um documento em que Osório chegou a prometer para uma pessoa um retorno financeiro de R$ 2 quatrilhões.
O g1 pediu um novo posicionamento à defesa do pastor Osório, por e-mail e ligações por volta das 18h30 desta terça-feira (29), e aguarda retorno.
Após as denúncias, ele se posicionou dizendo que foi "irresponsável" e que ainda pretende pagar os fiéis, mas desmente os demais citados na denúncia. Ele ainda publicou vídeos e uma nota afirmando que é inocente
Pedido de prisão e negativa
No documento, o Ministério Público goiano alegou que o pastor teria voltado a praticar outros crimes. O MP disse ainda que, em 2020, Osório tinha celebrado um contrato de participação em operação financeira e que, na época, uma vítima teria sido induzida a repassar R$ 190 mil ao pastor, em mais de uma transação, mas não teria recebido o pagamento que tinha sido prometido a ela.
O MP ainda acrescentou que, em outubro de 2017, uma outra vítima teria investido R$1,4 mil para participar de operações financeiras geridas pelo pastor.
O Ministério Público também alegou que Osório estava fazendo uso de canais do YouTube para “convencer uma grande quantidade de vítimas a investir em operações financeiras aparentemente inexistentes, sob a promessa de pagamento futuro". Ainda entre os argumentos, o MP citou que o pastor ainda fundou um banco cujo site atualmente está fora do ar.
Juntando todos esses motivos, o MP pediu a prisão preventiva sustentando que a medida “se mostra necessária para acautelar o meio social e evitar que outras vítimas sejam ludibriadas pelo suposto esquema financeiro fraudulento”.
Na decisão, a juiza negou o pedido de prisão preventiva do pastor alegando que as suspeitas apontadas pelo promotor se referem a um caso que já vem sendo apurado pelo MP-SP e julgado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Além disso, a magistrada ainda ressaltou que o estado paulista já está tomando providências, visto que o canal do pastor no YouTube foi bloqueado no Brasil após denúncias do MP de São Paulo.
“Apesar de as novas condutas imputadas Osório José Lopes Júnior serem concretamente graves e de, a princípio, se revelarem hábeis a motivar a decretação da prisão preventiva do réu, entendo que cabe ao Juízo do Estado de São Paulo fazê-lo – caso vislumbre a necessidade de adoção da medida”, entendeu a juíza.
Osório é réu pelo crime de estelionato em Goiás. Centenas de pessoas fizeram um grupo afirmando serem vítimas do pastor. Segundo as investigações, ele e outro religioso alegavam que haviam ganhado um título de R$ 1 bilhão, mas precisavam reunir fundos para conseguir recebê-lo.
Acusações
O pastor foi preso em 2018 acusado de obter R$ 15 milhões aplicando golpes. Conforme a apuração da Polícia Civil, naquele ano, cerca de 10 moradores prestaram queixa formal em Goianésia, mas a investigação aponta que foram pelo menos 30 vítimas na região.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Marco Antônio Maia, quando Osório deixou a prisão, ele se mudou para São Paulo. E o que chamou a atenção da polícia novamente, foi a ostentação e a promessa de dinheiro rápido às vítimas.
Segundo o processo que tramita na Justiça de Goiás desde 2018, Osório é réu pelos crimes: contra o patrimônio - estelionato e crime contra a paz pública - quadrilha ou bando.
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Fonte: g1 Goiás
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