Menina de 8 anos morre após inalar desodorante em desafio viral
- Carlos Peixoto
- 14 de abr.
- 2 min de leitura
Arquivo pessoal/Reprodução
Um desafio perigoso que circula nas redes sociais fez mais uma vítima no Brasil. Sarah Raíssa Pereira de Castro, de apenas 8 anos, morreu após inalar gás de desodorante aerossol em casa, em Ceilândia (DF). A criança teria tentado reproduzir o chamado “desafio do desodorante”, que incentiva usuários a inalar o produto pelo maior tempo possível.
Na última quinta-feira (10/4), Sarah foi encontrada desacordada pelo avô, ao lado de um celular e de um frasco de desodorante. Ela foi socorrida pelo Samu e levada ao Hospital Regional de Ceilândia, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória e teve morte cerebral confirmada no domingo (13/4). O velório foi realizado nesta segunda-feira (14/4), sob forte comoção de familiares, amigos e colegas da escola.
De acordo com o médico Paulo Guimarães, especialista em prevenção de acidentes domésticos, o uso indevido de produtos aerossóis, como desodorantes, representa sérios riscos à saúde. “Esses produtos contêm gases como butano, propano e isobutano, que são altamente tóxicos. A inalação pode causar intoxicação aguda, danos neurológicos e até parada cardíaca em poucos minutos, principalmente em crianças e adolescentes”, alerta.
A Polícia Civil do Distrito Federal instaurou inquérito para investigar as circunstâncias da morte. O celular da criança foi apreendido e será periciado, com o objetivo de rastrear a origem do conteúdo que motivou o desafio. Segundo o delegado João Ataliba Neto, da 15ª Delegacia de Polícia, os criadores e divulgadores do desafio podem responder por homicídio duplamente qualificado, com penas que podem chegar a 30 anos de prisão.
Além da investigação, especialistas reforçam a importância da orientação dentro de casa. “Muitos pais não têm ideia do que circula nas redes sociais. Educar e conversar com as crianças é essencial para evitar tragédias como essa”, afirma Guimarães.
O caso reacende o alerta para os perigos do uso indevido de produtos químicos domésticos e a influência de conteúdos perigosos nas plataformas digitais.
