Operação do Ministério da Economia descobriu o caso em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do DF. Ela vivia de doações de vizinhos
Sem salário, sem luz, sem direitos. Uma mulher de 48 anos foi resgatada de situação análoga à escravidão numa chácara que fica em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Ela trabalhava no local como empregada doméstica e estava há cinco anos sem receber salário.
O caso foi descoberto durante operação do Ministério da Economia, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A mulher morava com a família no local, numa casa que não tinha sequer energia elétrica. Ela vivia de doações de vizinhos tanto para se alimentar quanto para ter acesso ao serviço de luz.
A vítima foi resgatada em 26 de abril deste ano e o resultado da operação foi divulgado nesta quinta-feira (13/6), dia que marca os 133 anos da assinatura da Lei Áurea, que decidiu pelo fim da escravidão no Brasil.
Os fiscais conversaram com a mulher e ela relatou que os patrões tinham prometido uma parte do terreno como pagamento futuro. Isso, no entanto, não é permitido por lei. Assim como a falta de pagamento dos salários, o pagamento acumulado, seja em dinheiro ou por meio de bens imóveis, também é irregular.
Sem estruturas mínimas, o local não oferecia condições nem para a realização do trabalho de doméstica. Além da manutenção da propriedade, a mulher fazia serviços de jardinagem, limpeza da piscina e era cuidadora de uma idosa que morava no local.
Notificação
A patroa foi notificada e terá de formalizar os contratos de trabalho, assim como pagar todos os direitos trabalhistas referentes ao período passado.
Além dos salários e multas rescisórias, ela terá de pagar seguro-desemprego e uma indenização por dano moral individual, conforme valor estipulado pela Defensoria Pública da União (DPU) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
Ela foi obrigada, ainda, a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em que se compromete a conceder 30 dias de prazo para a família da trabalhadora se mudar da chácara.
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