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Foto do escritorPor: CARLOS da ÚNICA

'Mãezona, guerreira e sonhadora': saiba quem era a enfermeira que morreu após lipoaspiração


Enfermeira morre após passar por cirurgia plástica, em Aparecida de Goiânia — Foto: Arquivo pessoal/Marido da vítima

A enfermeira Giselle Dias, que morreu após passar por uma cirurgia plástica e ter complicações, era uma mãe presente, amava a profissão e tinha o sonho de realizar os procedimentos estéticos, diz o marido dela, Bruno Barros. Giselle fez uma lipoaspiração, ficou internada dois meses em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, e morreu na quarta-feira (5) devido uma pneumonia.


O advogado da médica Lorena Rosique, que realizou a cirurgia plástica, afirma que a pneumonia não tem ligação com o procedimento estético. Eduardo Costa explica que o anestesista notou uma intercorrência e pediu para interromper a cirurgia. O nome do profissional não foi informado e, por isso, o g1 não pôde localizá-lo para um posicionamento até a última atualização desta matéria.



“Mãezona”

O marido de Giselle conta que ela tinha quatro filhos, dois adultos e duas crianças de 4 anos. “Ela sempre foi muito presente e gostava muito de sair com os filhos, ela foi uma mãezona”, diz. Barros relata brigas entre o casal, pois a enfermeira queria “dar uma volta” com os filhos e ele queria ficar em casa.


O último contato que as crianças tiveram com a mãe foi há dois meses, antes dela ser entubada no Hospital Santa Mônica, onde a enfermeira esteve internada. “Temos um casal de gêmeos que fizeram aniversário dois dias antes dela ir para o hospital. Eles conversaram com ela por vídeo-chamada”, conta.


Segundo o pai, somente os filhos adultos sabem da morte da mãe e relata dificuldade para dar a notícia para as crianças, que sentem falta da enfermeira. “Eles ainda perguntam porque a mamãe não está indo junto, pois ela sempre levava eles para dar uma volta. Ela sumiu dois meses e agora, fica complicado explicar para eles que ela não vai mais. Vou procurar a ajuda de um psicólogo”, explica.


“Guerreira”

Barros diz que acompanhou e incentivou a esposa na realização do sonho de ser enfermeira. “Ela sempre teve o sonho de ser enfermeira. Eu acompanhei todo o crescimento dela como profissional, ela era uma mulher guerreira”, enfatiza. Ele diz que a conheceu quando ela era funcionária pública na Secretaria de Saúde.


“Ela recebia mais como funcionária pública, mas ela sempre dizia que a enfermagem era a área dela, que gostava de cuidar de pessoas e isso era muito dela. Mesmo ganhando menos, ela enfrentou e foi, fez um curso técnico de enfermagem e depois uma faculdade”, detalha Barros.


O marido conta que a esposa conciliava o emprego com os estudos e que quando estava muito cansada, pensava em desistir, mas não abandonou o objetivo. “Ela chegava chorando, pois estava muito cansada, mas não desistiu dos estudos. Foi um dia de cada vez e não foi fácil, mas ela conseguiu”, diz.


Após concluir a graduação, Giselle conseguiu um emprego de enfermeira no Hospital Estadual de Urgências de Goiás (Hugo), onde trabalhou com a médica Lorena Rosique. Segundo o marido, a esposa alcançou o sonho dela e, atualmente, era coordenadora no Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária (HDS).


“Realização de um sonho”

Com a conquista profissional, Barros conta que Giselle quis realizar outro sonho. “Ela dizia que iria ‘entrar na faca’ para ficar do jeito que ela queria. Era um sonho dela fazer os procedimentos estéticos”, afirma. Após juntar o dinheiro, a enfermeira escolhe Lorena para realizar a cirurgia plástica.


“Ela dizia que confiava na médica, pois a conhecia a muito tempo e que a Lorena sempre deu muita atenção e se preocupava com ela” conta. Barros alega que chegou a orientar a esposa a procurar outro profissional, pois, segundo ele, a amizade é diferente da capacitação profissional.


Cirurgia, internação e morte

Giselle realizou uma lipoaspiração em abril deste ano, porém, durante o procedimento apresentou complicações. A cirurgia foi interrompida após o anestesista notar uma intercorrência. As cirurgias não foram finalizadas e a enfermeira ficou internada no hospital por seis dias.


Barros conta que a esposa recebeu alta médica e voltou para casa, mas ainda sentia falta de ar e estava tossindo muito. “A médica disse que ela passou mal, teve uma queda na oxigenação, perdeu muito sangue e que a dificuldade para respirar era por causa da intubação dela”, afirma.


Apesar de não ter histórico de doenças graves, de acordo com o marido, Giselle não resistiu a doença e morreu na quarta-feira. Barros destaca que a médica Loreno Rosique acompanhou a enfermeira durante a internação, mas diz achar estranho que a médica não alertou a família sobre a pneumonia.


Despedida

O velório e sepultamento do corpo da enfermeira foi realizado nesta quinta-feira (6), em Goiânia. “Foi muito difícil nos despedir, pois não era a hora dela partir. Ela estava bem antes da cirurgia. Não entra na nossa cabeça que tivemos que despedir dela desse jeito”, finaliza Barros.

Fonte: g1 Goiás.



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