Se o presidente Jair Bolsonaro assinar o Orçamento como é pedido pelo Congresso, o risco de impeachment pode voltar ao radar do mercado. Os valores já mostraram as incertezas do mercado financeiro e fez com que as ações diminuíssem de forma leve. Como consequência, o dólar ficará ainda mais alto do que já está e, com mais dinheiro em circulação, a tendência é que a inflação termine em alta maior que o esperado – mesmo aumentando a taxa de juros dos bancos e a Selic.
Em suma, o governo enviou ao Congresso um orçamento para o ano de 2021 que deixaria um rombo nos caixas públicos de R$ 22 bilhões. A PEC emergencial já foi aprovada com o intuito de realizar economias e fazer com que se tornasse possível a volta do auxílio emergencial. Dessa forma, o Brasil teria o retorno financeiro em até 10 anos, voltando mais de R$ 44 bilhões para os cofres.
“O risco fiscal existe há um bom tempo, antes mesmo do teto de gastos. Mas, com o teto de gastos, a dúvida do mercado é se o fato gerador do crime fiscal ocorre com a sanção ou com a execução do Orçamento”, disse Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital.
Teto de gastos e valores a serem investidos – Bolsonaro
O teto de gastos se trata do máximo permitido para os gastos governamentais. Ele faz parte da Emenda Constitucional número 95 do ano de 2016. Todos os valores devem ser corrigidos anualmente de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Para diminuir a dívida pública que já chegou em R$ 5 trilhões, é necessário seguir algumas regras e ter limites de gastos.
Com cada vez mais possibilidade de haver a assinatura de algum dos mais de 75 pedidos de impeachment do Bolsonaro, apesar do dólar estar com leve queda, os investidores já tiraram mais de R$ 10 bilhões da bolsa e o Brasil perdeu investimento. O contexto político do governo Bolsonaro influencia de forma considerável.
“Estamos diante do pior momento da crise fiscal do país. As emendas dos parlamentares foram muito elevadas e vão levar o governo a recorrer a mágicas para seguir esse Orçamento. Se o governo aprovar, não há dúvidas de que vai incorrer em um crime muito pior que as pedaladas”, disse Paulo Feldmann, professor da Faculdade de Economia da (USP) Universidade de São Paulo.
Por: Portal Forte News **Com informações do metropoles
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