Uma operação da Polícia Civil de Goiás interditou uma clínica para tratamento de pessoas com dependência química que funcionava em uma chácara em Abadia de Goiás, a 22 quilômetros de Goiânia.
Cinco pessoas entre donos e três funcionários dessa clínica foram presas na operação. Segundo a polícia, ela não tinha autorização para funcionar e os donos são suspeitos de sequestrar e internar os pacientes de forma compulsória - sem atestado médico ou decisão judicial.
Cerca de 38 pacientes que estavam no local foram resgatados pela polícia civil e levados em um ônibus para delegacia para prestar depoimento. Eles relataram que sofriam violência psicológica, verbal e que eram dopados. Os internos disseram à polícia que eram proibidos de deixar a clínica.
Nas buscas, a polícia apreendeu várias caixas de medicamentos que seriam ministrados sem acompanhamento médico.
Investigação
As investigações começaram há cerca de dois meses, depois que funcionários da clínica teriam matado um homem que tentou resistir a uma internação -- ele teria morrido asfixiado, com um golpe de mata-leão.
Segundo o delegado, os familiares dos internos, que chegavam a pagar mensalidade de até dois mil reais, também eram enganados sobre as condições do local.
Na clínica tinham pacientes de Goiás, Minas Gerais, Tocantins e da Bolívia. O casal dono da clínica e os funcionários presos nesta terça-feira (1º) podem responder por homicídio qualificado, sequestro, cárcere privado e associação criminosa.
A defesa deles não quis se manifestar. A assistência social da prefeitura de Abadia de Goiás disse que vai levar os internos resgatados para abrigos da região.
Fonte: Jornal Hoje
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