O restaurante Mineirinho Chopperia, acusado por duas famílias do Distrito Federal de ter barrado a entrada de crianças com síndrome de Down em sua brinquedoteca, publicou um pedido de desculpas nas redes sociais neste domingo (16/10).
A nota classificou os atos como “infelizes episódios” e garantiu que a equipe passará por um treinamento para evitar que casos de discriminação se repitam.
Segundo o texto, o local repudia “qualquer tipo de discriminação” e não tem “qualquer compromisso com o erro”. Os proprietários convidam ainda as famílias que denunciaram os casos de discriminação a participarem dos treinamentos destinados aos funcionários e reafirmam o compromisso de fazerem uma doação à instituição DFDOWN.
Veja a nota na íntegra
A iniciativa foi comemorada por Andrea Estevam, 41 anos, mãe de Vicenzo (foto em destaque), 6, uma das crianças impedidas de brincar. “O estabelecimento onde ocorreu o episódio reconheceu a gravidade do ocorrido e procurou a família para pedir desculpas formais, além de oferecer um acordo como forma de reparação”, disse.
O acordo seria a doação à instituição e o compromisso de realizar o treinamento com os funcionários. “A família entende que, com o acordo, os danos sofridos foram devidamente compensados e confia que episódios desse tipo não voltarão a ocorrer. Nosso objetivo sempre foi justiça e conscientização, nada além disso”, afirmou Andrea Estevam.
Relembre os casos
Andrea conta que o filho foi barrado na porta da brinquedoteca por uma monitora de crianças. Questionada pela cliente, a funcionária respondeu que seguia ordens e foi instruída a não liberar a entrada de crianças com Down.
“A monitora liberou a entrada do meu filho caçula [de 4 anos], que não tem síndrome de Down nem a mesma autonomia e independência que o irmão mais velho tem. Meu filho Vicenzo não precisa de nenhum auxílio ou atenção diferenciada. Fomos embora tentando consolar o choro das crianças. A sensação é de impotência”, desabafou Andrea.
Revoltada, a consultora de vendas contatou um advogado e entrou com ação judicial contra o restaurante. “Não consegui proteger meu filho, uma criança doce, esperta e feliz, do preconceito de alguém por trás de uma empresa. Se meu filho não puder brincar, poderá fazer o quê?”, questionou.
Caso semelhante
Quatro dias antes, no sábado (7/10), outra criança com síndrome de Down havia sido obrigada a deixar a brinquedoteca do restaurante.
Walentina Dantas de Lima, 5, chorou ao descobrir que não poderia brincar com os amigos. Flávia Paula Dantas Teixeira, 42, mãe da menina alegou que a filha sofreu discriminação. A justificativa dos monitores foi semelhante: eles “não tinham autorização para tocar nesse tipo de criança”.
“Minha mãe falou que a Walentina era tranquila e que a genética dela não a diferenciava. Mesmo assim, ela [a criança] teve de sair da brinquedoteca. O que se espera é que [esses estabelecimentos] tenham pessoas capacitas para ajudá-las. E isso é uma luta não só nossa”, comentou Luana Kathleen, 24, irmã da menina.
Fonte: metropoles.
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