Pasta apresentou o planejamento para devolução ou mudança de finalidade dos espaços exclusivos de tratamento contra o coronavírus
ASecretaria de Saúde do Distrito Federal apresentou, nesta sexta-feira (9/10), o plano de desmobilização dos leitos destinados aos pacientes com Covid-19. Na primeira etapa, serão desmobilizados 71, dos quais 38 são de UTI e 33 de UCI.
O DF conta com 580 leitos para tratamento de pacientes com o novo coronavírus. No pico da pandemia, segundo a Secretaria de Saúde, a capital do país teve 769 espaços exclusivos.
O secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto, disse que existe a necessidade de realização das cirurgias eletivas e de tratamento de pacientes que não procuraram unidades de saúde durante o pico da crise.
“Estamos trabalhando na desmobilização com a necessidade não só de ficar falando da Covid, mas para estabelecer critérios de atendimento de pacientes que não têm Covid, que são a grande maioria, neste momento, no país e no mundo”, afirmou.
Plano
O planejamento elaborado pela Secretaria de Saúde prevê que a desmobilização dos leitos de UTI ocorra de foram gradual, obedecendo o intervalo mínimo de sete dias para que seja observado o comportamento e a disseminação da doença.
Se forem contratados, os leitos serão devolvidos. Caso sejam da rede pública, podem ser alvo de conversão, quando voltarão a atender internações de pacientes com outras enfermidades; ou de reversão, quando o leito deixa de atender pacientes que têm Covid-19 e não será mais de internação.
Um dos critérios para a alteração da situação dos leitos é a ocupação abaixo de 70%. A média móvel de óbitos e a taxa de transmissão também serão observadas.
As fases para a diminuição da disposição de espaços para pacientes com Covid-19 são divididas entre os leitos de UTI, UCI e enfermaria. No caso dos leitos com suporte de ventilação mecânica, serão 11 fases, cuja última etapa é a devolução dos 80 espaços para Covid-19 do Hospital de Campanha da PMDF. Não foram informados prazos para o término do processo.
A Secretaria de Saúde elaborou um plano de remobilização de emergência para ativação caso seja necessário. Essa medida deve ser tomada se a taxa de ocupação estiver acima de 80% e haver indicadores em ascensão sobre a disseminação do vírus.
“O plano de desmobilização parece complexo, mas a lógica é simples: vamos trabalhar critérios de observação e de acompanhamento”, assinalou o secretário adjunto de Assistência à Saúde, Petrus Sanchez.
Questionado se os leitos desmobilizados não poderiam atender a lista de pacientes na espera, Petrus disse que a tendência é de redução, mas não será possível zerá-la.
“Temos que entender que alguns leitos cujos pacientes estão aguardando são bem específicos, com perfis como coronariano, trauma e neurotrama. Às vezes, um leito mais geral não atenderia a eles. Imaginamos, sim, que a gente vai conseguir impactar bem a lista de demanda reprimida, mas não ao ponto de atender a toda as demandas”, pontuou.
Uma das unidades que deixarão de atender é o Hospital de Campanha do Estádio Mané Garrincha. Segundo a Secretaria de Saúde, os 173 leitos de enfermaria, 20 de suporte avançado e quatro de emergência serão desativados. De acordo com a pasta, a ocupação caiu para menos de 40% desde a 2ª quinzena de setembro.
No caso do hospital de campanha, os equipamentos deverão ficar com a Secretaria de Saúde do DF, conforme prevê o contrato.
Desde o início da pandemia de coronavírus, o DF já notificou 198,2 mil contaminações e 3.391 óbitos em decorrência da doença . Entre quarta (7/10) e quinta-feira (8/10), foram 13 mortes e 823 novas infecções.
Oftalmologia
O secretário de Saúde do DF informou que, na próxima semana, a pasta vai retomar as cirurgias oftalmológicas.
A 5ª Vara da Fazenda Pública do DF determinou que a secretaria atenda a todos os pacientes que aguardam por procedimento oftalmológico de vitrectomia. A cirurgia é recomendada para combater doenças dos olhos, como glaucoma e descolamento da retina.
Confira, na íntegra, a coletiva de imprensa da Secretaria de Saúde do DF:
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